Há controvérsias em torno das viagens de Fernandes Coutinho à Metrópole. Em 1549, de regresso ao Brasil, encontrou a Capitania em completo desmando; os Tupiniquins, aliados aos Goitacás haviam entrado em luta contra os povoadores, queimando engenhos e fazendas e matando Jorge Menezes e seu substituto, Simão Castelo Branco.
Em busca de refúgio, alguns colonizadores mudaram-se para a ilha de Duarte Lemos, os outros para as capitanias vizinhas. Na ilha, a povoação passou a ser chamada de Vila Nova, ao passo que no Continente, no correr dos tempos, o núcleo primitivo se tornava conhecido como Vila Velha. Aí se hospedou o Pe. Leonardo Nunes, em 1549, realizando as cerimônias religiosas nas igrejinhas de São João.
Os Goitacás, muito persistentes, tornaram a atacar. Em 1551, em face das inúmeras dificuldades o donatário transferiu a sede do governo para a ilha de Vitória, que recebeu o nome de Vila Nova do Espírito Santo, mais tarde de Nossa Senhora da Vitória.
A grande necessidade de assistência religiosa à população tornou festiva a acolhida dos missionários jesuítas Pe. Aflonso Brás e irmãos Simão Gonçalves, que deram início imediato ao apostolado tratando de erigir uma igreja, dedicada a Nossa Senhora do Rosário.
Vila Velha, sem encarregado direto, teve sua administração supervisionada pelo próprio donatário, que promoveu sua recuperação. Convém ressaltar, entre os acontecimentos da época, a construção da Igreja do Rosário (1534), do Armazém Alfandegário (1551), por Afonso Brás, da Ermida das Palmeiras (1558), edificada no morro da Penha, por Frei Palácios; e da Casa de Caridade (1595), por Miguel de Azeredo, graças a esforços de Anchieta.
Em 1561, falecia o 1º donatário da capitania do Espírito Santo. Grande e notável participação teve o município na história espírito-santense e em todos os movimentos armados para a defesa da Pátria. Foi sede do Governo da capitania, ponto de partida da obra civilização e origem de uma descendência que honra a lembrança de Coutinho, homem da melhor fidalguia e que "tinha a aventura como parte de sua constituição orgânica".
Como fator importante no desenvolvimento e organização do município, há que se fazer menção aos jesuítas que além da obra apostólica-social e poderoso auxílio na defesa contra o invasor de além-mar, muito contribuíram para apaziguamento dos aborígenes e a melhoria dos padrões de moralidade colonizadores.
Acontecimento inesquecível para Vila Velha, registrou-se em 26 de janeiro de 1860 - a chegada do Imperador D. Pedro II e de sua mulher, D. Teresa Cristina.
Gentílico: vila-velhense
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Vila Velha, em 1750.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Vila Velha pela lei estadual nº 212, de 30-11-1896, desmembrado com sede na antiga vila de Vila Velha. Constituído do distrito sede. Foi sede do município de Espírito Santo.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de distrito sede.
Pelo decreto estadual nº 1102, de 27-04-1931, foi o município de Vila Velha, sendo seu território anexado ao município de Vitória, voltando à condição de distrito.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Vila Velha figura no município de Vitória.
Pelo decreto nº 5041, de 11-07-1934, o município foi estabelecido com a denominação de Espírito Santo.
Pelo decreto-lei estadual nº 15177, de 31-12-1943, o município de Espírito Santo, foi extinto, sendo seu território rebaixado à condição de distrito e passou a denominar-se Espírito Santo de Vitória. Sob o mesmo decreto adquiriu os distritos de Argolas e Jucu. Do extinto município do Espírito Santo.
Por ato das disposições transitórias, promulgado de 26-07-1947, o município de Espírito Santo é restabelecido.
Em divisão territorial datada de 01-07-1955, o município é constituído de 3 distritos: Espírito Santo, Argolas e Jucu.
Pela lei estadual nº 479, de 31-01-1959, o município de Espírito Santo passou denominar-se Vila Velha.
Em divisão territorial datada de 01-07-1960, o município é constituído de 3 distritos: Vila Velha, Argolas e Jucu.
Pela lei estadual nº 1935, de 08-01-1964, são criados os distritos de Ibes e São Torquato e anexado ao município de Vila Velha.
Em divisão territorial datada de 01-01-1979, o município é constituído de 5 distritos: Vila Velha, Argolas, Ibes, Jucu e São Torquato.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Fonte: IBGE