Pela Lei Estadual nº 4338 de 25 de janeiro de 1961, foi criado o Município de Santo Antônio do Caiuá, com território desmembrado de São João do Caiuá. A instalação oficial ocorreu no dia 25/11/61.
O processo de ocupação do norte paranaense, que se desenvolveu a partir de 1925, deu-se segundo uma estratégia que visava maximizar oportunidades a custos menores, seguindo o seguinte esquema: implantação de um eixo rodoferroviário, objetivando o escoamento da produção regional, devidamente conectado ao sistema viário do Estado de São Paulo; implantação de uma rede viária subsidiária que permitiria maior acessibilidade das propriedades agrícolas ao supracitado eixo rodo ferroviário.
A concentração de tal estratégia implicou na ocupação de divisores d’água ou espigões, pois o volume de recursos a serem investidos no sistema viário seria menor, em virtude da redução do volume de terra a ser movimentado na implantação de estradas e caminhos.
A organização espacial urbana que derivou desse processo de ocupação gerou condições de concentração e relações de dependência. Na atualidade, um grande número de áreas urbanas não apresenta características mínimas para atender as primeiras necessidades de sua população; assim, mantidas essas condições de instabilidade, as pequenas cidades tendem a perder população.
Por outro lado um pequeno número de cidades passou a concentrar parcelas significativas da população urbana, do comércio e dos serviços, como também, a apresentar um relativo grau de industrialização, com o aproveitamento de matérias primas da região. Estas cidades apresentaram e apresentam mais atrativos para novos investimentos mantendo uma situação que, somada às cidades maiores já consolidadas, vem a se constituir em fator de restrição para o desenvolvimento dos demais núcleos urbanos da região.
O noroeste do Paraná, então coberto de florestas, teve na lavoura de café, o seu principal propulsor econômico, mantendo esse produto muitos anos, uma situação hegemônica.
Com a expansão da lavoura cafeeira, vieram outros cultivos que, em primeira instância se prestaram ao sustento da população que passou a lidar com o café. Mas o aumento desse contingente, a consolidação de alguns assentamentos urbanos regionais e a intensa urbanização de alguns centros nacionais, significaram um aumento bastante significativo na demanda por alimentos, que abriu novas oportunidades para culturas de subsistência (milho, arroz e feijão); posteriormente, a crescente demanda por insumos indústriais de origem agrícola (algodão, soja, amendoim), constituiu-se em outra frente de produção para o Noroeste e Norte do Estado.
Na medida que o café sofria com as geadas, os produtores alternavam com outros cultivos, procurando compensar os prejuízos, ainda que parcialmente; isto permitiu a formação de excedentes físicos de tais lavouras, que em algumas áreas da região passaram a ser tão importantes quanto o café.
Em virtude da reestruturação dos usos da terra, os pastos ocuparam, a partir de 1975, 71% da área total dos estabelecimentos rurais, vindo efetivamente desenvolver a pecuária na região.
Etimologicamente, Caiuá provém do guarani "cai" "guara", ou seja, "o que habita os montes". Caiuá , Caaguá ou Cainguás são variantes do nome dos índios guaranis da margem esquerda do Rio Paraguai. Os índios Caiuás atualmente habitam uma região a oito quilômetros de Dourados, Mato Grosso do Sul.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Antonio do Caiuá (PR); IBGE
Autor do Histórico: ALBERTINO FRANZONI