Em 1668, Gabriel de Lara, como Procurador do Donatário da Capitania, subiu ao planalto, tomou posse da povoação que estava surgindo nos Campos de Curitiba, em terras e limites da demarcação do Sr. Marquês de Cascaes, nela encontrando dezessete moradores. Ali concedeu ao Capitão Mateus Martins Leme a sesmaria do Barigui, investiu-o de autoridade para dar sesmarias em nome d’El-Rei e fez levantar o Pelourinho na praça da igreja, em sinal de posse e poder público. O patriarcado do Capitão Povoador e Dizimeiro Mateus Leme foi absoluto e respeitado durante toda a sua vida.
A grei curitibana morava em sítios dispersos, distantes da sede da povoação. Vários moradores possuíam casas na praça da capela, para as quais vinham de vez em quando e principalmente por ocasião de práticas e festas religiosas.
Em face da constante entrada de aventureiros e de pessoas egressas de outros centros, o povo fez a Mateus Leme uma petição no sentido de ser organizada a vila, e ele assim despachou: "Junte-se o povo. Deferirei o que pedem. Pinhais, 24 de março de 1693. (a) Leme."
Em 29 de março de 1693 reuniram-se os povoadores na igreja da freguesia e aclamaram "seis homens de sã consciência" para que eles nomeassem as autoridades da Administração e Justiça, o que foi feito no mesmo dia. Com a eleição juramento e posse das primeiras autoridades, ficou constituído e organizado o Governo da Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Ainda a respeito da fundação de Curitiba há várias versões, narradas por diversos historiadores. Uma delas conta que esses bandeirantes, em época incerta, teriam convidado o cacique dos campos de Tindiquera, às margens do Rio Iguaçu, para que lhes indicasse o melhor local para a instalação definitiva da povoação. O referido cacique, à frente do grupo, trazendo uma grande vara, após longo percurso pelos campos, fincou-a no chão e disse: "Aqui". Nesse mesmo lugar erigiram uma capelinha de pau-a-pique, em louvor a Nossa Senhora da Luz, local onde hoje se ergue a Catedral Metropolitana de Curitiba.
Segundo documentos existentes na Matriz de Curitiba, a paróquia já existia por volta de 1715, não sendo desmembrada de outra freguesia.
A mineração, a criação e o comércio de gado, e finalmente a roça formaram sucessivamente os três ciclos de povoamento do território curitibano.
Em 1735 o comércio de tropas entre Curitiba, Itu e Sorocaba estava estabelecido com certa intensidade.
Pela Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, a 5ª Comarca de São Paulo elevou-se à categoria de Província e a antiga vila de Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba passou a Capital da nova Província do Paraná, situação ratificada pela Lei especial de 1854. A sua instalação foi a 19 de dezembro.
A cidade de Curitiba recebeu, a 21 de maio de 1880, a visita de D. Pedro II e de D.Teresa Cristina, que inauguraram o Hospital de Caridade de Curitiba.
O Clube Republicano de Curitiba foi fundado em 1885. A 25 de março de 1888 foi criada a Confederação Abolicionista Paranaense.
Nos primitivos tempos da vida pública de Curitiba, os chefes do Governo Municipal eram presidentes da Câmara de Vereadores. No Segundo Império, foi criado o cargo de Superintendente Municipal, ocupado pelo chefe do Executivo, ficando o Legislativo independente. Só depois da Proclamação da República foi criado o cargo de Prefeito Municipal.
Gentílico: curitibano
Formação Administrativa
O Distrito de Curitiba foi criado em 1654 e o Município a 29 de março de 1693, tendo sido elevado no mesmo ato, à categoria de vila. Recebeu foros de cidade pela Lei provincial nº 5, de São Paulo, de 5 de fevereiro de 1842.
Em virtude da Lei nº 1, da Província do Paraná de 26 de Julho de 1854, passou a Capital da Província. Perdeu essa última categoria por efeito do Decreto estadual nº 24, de 18 de janeiro de 1894, readquirindo-a em virtude do de nº 25, de 29 de abril do mesmo ano (Revolução Federalista).
O Município, em 1911, era constituído apenas do distrito-sede. Em 1920, subdividia-se em 6 distritos: Curitiba, Campo Magro, Nova Polônia, Portão, São Casimiro do Tabuão e Santa Felicidade. De 1933 a 1937 não figurou o distrito de Campo Magro no quadro da divisão administrativa estadual.
De acordo com o quadro anexo ao Decreto-lei estadual nº 6.667, de 31 de março de 1938, existiam três distritos: o da sede (com as zonas de Curitiba, Portão e São Casimiro do Tabuão) e os de Nova Polônia e Santa Felicidade.
Pelo Decreto-lei estadual nº 7.573, de 20 de outubro de 1938, que estabeleceu a divisão territorial vigente no período 1939-43, o Município perdeu parte de seus distritos, adquirindo por outro lado, distritos de outros municípios extintos. Aparece, em conseqüência, com 6 distritos: o da sede, Campo Comprido, Colombo, Santa Felicidade, Tamandaré e Umbará.
No período 1944-1948 integravam o Município apenas 4 distritos: Curitiba, Santa Felicidade, Campo Comprido e Umbará. Em 1955 figurava mais um, o de Tatuquara (Lei estadual nº 790, de 14-11-1951), vigorando esta constituição até 1966, quando o Município sofreu reformulação administrativa e a Lei estadual nº 5.409, de 20 de outubro, criou o distrito de Pinheirinho.
Fonte: IBGE